Foto: Reprodução / Instagram
Polêmica da semana. A revista “Marie Claire” exibiu em seu site uma foto da modelo Izabel Goulart magérrima que tinha como título: 'Izabel Goulart exibe corpo perfeito'. Todo mundo chiou. Seria aquilo uma apologia à anorexia? Não sejamos hipócritas. Quase toda propaganda de moda é. Assim como quase todos os desfiles. E a SPFW, que começa dia 28, mais uma vez deve mostrar meninas com o corpo como o de Izabel. As que estiverem com algumas curvas serão chamadas de obesas. Todo mundo já viu esse filme. Ele é velho.
Mas o filme tem piorado, se é que isso é possível, com o aplicativo Instagram. Agora, as moças, além de se exibirem muito magras, postam fotos delas mesmas fazendo exercícios loucos para ficarem ainda mais magras., o que parece impossível. Esse mês, após ser chamada de anoréxica, a modelo e it girl Carolina Magalhães, uma das campeãs na série do “fitness cadavérico” postou um vídeo no site comendo. Sim. Ela bateu um prato de arroz com feijão para mostrar que não era anoréxica. Que comia. Era saudável.
Tudo muito surreal. E não, não é o caso de apontar o dedo para uma ou outra celebridade ou modelo e gritar: "anoréxica!". Isso não serve para nada e o buraco é mais embaixo. A questão não é privada. Ela vai além. Uma blogueira, ou uma modelo, como todo mundo sabe, é parâmetro de beleza para outras meninas. Se elas estão mega magras e mesmo assim continuam malhando desperadamente, muitas garotas Brasil a fora vão copiar. E, agora que o Instagram permite exibir vídeos, a brincadeira fica ainda mais perigosa. Algumas blogueiras postam vídeos de treinos, onde elas abaixam e levantam obcecadamente. Das duas uma. As fãs das meninas (e elas têm milhares) ou vão correr para malhar “abaixa, levanta, abaixa, levanta” ou vão se sentir preguiçosas por não terem tamanha disciplina. “I’m a loser, baby”.
Com a chegada do verão é hora de ficar antento. As barrigas vendidas são as chapadas, ou a negativa, seja lá o que for isso. Nas bancas, as meninas muito magras estão do lado das revistas que prometem milagres com doenças de fome. O problema não é uma Izabel. Esse buraco é mais profundo. E não é uma modelo “com corpo de pessoa normal” em um desfile de semana de moda que vai solucioná-lo. Fiquem atentos, fiquem atentos! E não, não copie a malhação da blogueira. Cada um é cada um. Por mais que a indústria da barriga negativa tente nos mostrar o contrário.
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